Para todo choro, consolo.
Para todo o sempre, promessas.
Para cada tombo, levante.
Para cada sonho bom, realidade.
Para todos os contras, dedo do meio.
Para todas as pragas, proteção.
Para aqueles dias, alívio.
Para aquelas pessoas, distância.
Pra dor, pra raiva passar; paciência.
Para vc e para nós, esperança.


[...]

[in] Feliz idade [in] Feliz Cidade

Não pergunte pelas pessoas certas, pois hoje descobriram-se seus erros. As farpas que saem das línguas aveludadas furam a carne de quem outrora fora lambida; como picolés de cajá no sol vespertino de minha cidade infernal. Divago e vago a esmo pelas calçadas escaldantes; meus pés se enchem de bolhas e cansaso. Não existem sombras pelos meus caminhos, eu sempre pego a direção contrária. No rio deságua sangue e esgoto, minha cidade chora no mês de Agosto. De tempos em tempos, quando o céu se abre num azul celeste; eu fito a cruz no alto da escadaria, à noite, o centro da cidade aparenta tranquilidade. Mas os camburões estão rondando, limpando a cidade das pragas e lavando as mãos dos assassinos à beira do Parnaíba....

...

Falar menos
ouvir mais
pensar mais

Procurar ser feliz
apesar de todas as
cobranças do cotidiano

Ponderar
Resignar-se

Ignorar as pessoas ácidas
de temperamento sórdido
e seus sentimentos negativos...

Ser paciente
e ter Coragem!
Falar menos
ouvir mais
pensar mais

Procurar ser feliz
apesar de todas as
cobranças do cotidiano

Ponderar
Resignar-se

Ignorar as pessoas ácidas
de temperamento sórdido
e seus sentimentos negativos...

Ser paciente
e ter Coragem!

...

Para cada decepção;
 força, fortaleza e fé!
Quanto tempo?! cinco anos, talvez menos... 
A figura se põe na frente do espelho e o que consegue ver: um cansaço no olhar, uma vontade contida... um desejo aguado de choro preso. Uma beleza diferente, mas alguém invisível; e segue corredores à fora sob a tênue linha do acaso. Talvez a menos tempo; mas quando se pára em frente ao espelho, e se olha dentro dos próprios olhos, a intensão é mais complexa, a *viajem não tem mais aquele barato todo.
Cinco anos, duas grandes alegrias...
Dentro da carteira vermelha cabe aqueles sorrisos! Ela sente as gargalhadas e gritos vibrando no peito, toda vez que gasta o vil metal. Tanta coisa ainda por fazer por essas alegrias, se olhando no fundo do olho, em frente ao espelho, numa sexta a tarde!
"Tolo é o filho que depende do pai, que se apóia em sua segurança e desiste de desbravar o mundo por si."

GIULIANO, rapaz até bem parecido; traços forte, cheiro de homem.O belo moço, que outrora trajava esporte fino, e no andar descuidado que seduzia as meninas da escola, tropeçou na roleta do jogo e cheirava vícios.
Bêbado, Giuliano morreu com a cabeça num poste: alcool e sangue absorvidos pelo concreto sedento. Lágrimas sobre meus lábios, lembrando do gosto dos dele.
Não havia consolo no cigarro, mas as flores em volta do caixão estavam cheias de bem-te-queres; embora, talvez nem o quisessem tanto assim, quando trigueiro.
Mas aquele riso vadio de canto de boca ainda estava no rosto pálido do antes moreno; e me fez lembrar tuas mãos na minha cintura, teu aperto..te quis tanto naquele momento, vivo e quente.
Hoje, muito tempo já se foi..só ele não envelhecerá, nem sentirá mais as dores inexplicáveis que faziam sua cabeça descansar em minhas pernas; eu sinto uma terna saudade das dores dele, e das rugas na sombrancelha quando ele estava absorto em um pensamento incógnito.
Eu não sei se é por causa da lembrança do jeito tímido e inseguro que reconheci por trás da armadura de machão, ou por causa do gosto de pureza que ele deixou na minha boca, naquele dia, entre a rede e a cama; é como se Giuliano estivesse do meu lado, de alguma maneira, sabendo que estou pensando nele, lembrando dele e daqueles exatos dois minutos à sós.
Somente o devaneio, agora me resta, que naquele dia de flores e velas eu tive: se explicação existe, porquê?!

So close to me right now!

Tudo muda e está girando o mundo.


O meu não é mais o mesmo, está se despedaçando e se construindo, simultaneamente, de um jeito diferente. Algumas coisas iguais, pessoas e suas atitudes previsíveis também... Hoje me sinto mais leve; são tão poucos os medos, tendo a razão como uma lanterna mas mãos, mirando o futuro. Fazendo luz no fim do corredor.
Sim, amiga, estou naqueles passos que precedem a corrida, rumo ao resgate de mim, meus sonhos e minha alegria!
Só ainda me prende a covardia de não admitir uma má escolha, improvisada pelo orgulho do *ñ perder... Mas esse silêncio de madrugada é prenúncio de uma mudança profunda, que talvez abale as estruturas de quem se escora em mim. E assim, propositalmente, será! Não é raiva, nem arrependimento ou amargura, nem traição.. é fidelidade a mim; uma auto-concessão de felicidade e plenitude. Quero soltar a alegria que escondi por baixo de minha tez morena, porque ela é linda e evoluída.
Eu estou tão perto de mim mesma neste instante... e me sinto tão bem... tão bem!
O último cigarro da noite pergunta ao sono se ele quer mesmo chegar... A última cerveja gelada pergunta pra noite se ela vai mesmo passar sem deixar ilusões e epifanias.
Na janela a suave brisa sibila entre as pernas obscenas. A noite sempre te convida, te rouba e alegra; mesmo que seja qualquer vazio, qualquer sujo perdido sem-rumo.
O negrume frio do céu conforta qualquer paranóia e todas as carências.
luzes piscantes, nos semáforos, nos bares te questionam um motivo pra voltar pra casa enquanto a solidão alimenta os pensamentos sombrios e as gargalhadas de escárnio. 
Frenética, a noite dança no teu colo, no teu copo; sob seus pés as ruas passam, o caminho se confunde e te faz perder o tino, a hora e a deixa.

Time Lapse



Venha, liberdade. Venha para minha rua e traga seus amplos horizontes.
 Traga o afago dos dias difíceis e um alívio pra suas dores.
Se mude pra minha rua; seja minha vizinha.
Bata na minha porta, sem acanhamentos e adocique minha boca com um pudim gelado.
Seja minha amiga, minha mãe e minha irmã
Seja minha.
Me leve pra passear, pra ver nascer a lua cheia, e depois me conte sobre como a vida ao seu lado é tão efêmera, e também inconstante.
Você só aparece de vez em quando.A espera pela janela, um olhar perdido e confuso; meu jeito taciturno escorado no portão, olhando a vida acontecer. Eu devaneio no brilho de qual espada você virá enquanto uma brisa quente balança os panos no varal, mas tu não tens armas. Perco o tino na rotina.
Eu conto as folhas que caem antes de sua chegada; em qual redemoínho virás? Os ponteiros correm ligeiros a sua procura.
Traga flores. Traga praia e sol salgado.
Inebria-me com tua essência. Me desamarra e desarma.
E quando entrar na minha vida, por favor, tranque a porta.

A valsa triste que toca no rádio embala essas horas aladas, voando rápido sem porquês. Bailam os joãos e marias, as meninas feias de olhos fechados a suspirar um sonho mel com açúcar. E de dentro do meu cubículo ainda dá pra enxergar um pedaçinho do céu. A solidão dança conosco as suas valsas e rodopia, pisa e apavora nossa cara cor de amora, com vergonha do olhar alheio, pelas ruas da minha cidade ingênua...

do doce, Julia.

Julia piscava alegria em seus olhinhos pueris, no fim da primavera. Naqueles dias a poeira caia lenta, pela amena madrugada. Ela divagava com o espelho, a imagem de si. Quem é vc, pensava. E depois escorria felicidade de seus poros, seus pelos molhados do suor misturado àquele prefume doce. Julia era uma coisa assim, doce. Um salivar constante de desejo e satistação. Gata doce, na boca da noite, na rua. Passava por entre os rapazes causando um misto de desconcerto e tesão. Julia, doce Julia....

Preciso do que quero [Quero o que preciso]


Preciso me desatar das amarras virtuais, sociais. Do passado e suas doces lembranças meio amargas, do trivial. Preciso de liberdade nas palavras, dentro da cabeça. Libertação Esquecer, jamais! Mas as correntes que me prendem, isso eu dispenso. Preciso da paz dos dias líquidos, sentir o sol arder na pele em dias ensolarados. Quero o cheiro mais puro, a bebida mais doce e gelada.

Preciso do que quero. Quero o que preciso. 

Viver mais eu, menos desconfiada de que preciso de ajuda, ou que preciso demais e de mais tantas outras coisas. Preciso preencher o vazio dentro de mim, q eu mesma faço todos os dias, até de olhos fechados enquanto durmo. Ficar surda pra tantas babaquices, pro sarcasmo e escárnio. Preciso quebrar esses cadeados, dançar quando tenho vontade e fazer de conta que eu sou invisível. Preciso parar de procurar o que me deixa triste! Não ler notícias que não me interessam. Quebrar o ciclo. Desligar o botão da auto-sabotagem [in]consciente. Preciso evoluir, dar um passo a frente desse momento que estou presa e não consigo me desvencilhar.

Preciso ser o que quero e parar de querer sempre ainda mais precisar...
Muito tempo longe estando ao seu lado. 
Ás vezes o edredom me abraça e mesmo assim, sozinha, um acalento me traz o quarto frio.
Vago, seu espaço dentro de mim, seu encanto nos meus olhos... por vezes me sinto avulsa, e caminhando leve e lentamente me disperso pelos corredores, entre as estantes, por dentro dos livros.

Tão, tão distante.

Minha solidão é uma pessoa!...