sobre conversas sobre profetas e tals...

No caos surge o profeta
lá vem ele da miragem no deserto
vem do nada
pra nada e tudo transformar!
me mostra tua casa?
me diz como se chega..
me conta como foi!
irrita-me
imito te
infinito azul beleza!
me explica essa paz
me mexe a madeixa
me olha bem de perto
excita-me
incito-te
beijo roubado esperteza!
.

Frusta-procura!

O amanhecer do dia
pra o homem que procura sua Hora
nunca fora tão colorido
como outrora
As casas parecem sorrir
em sua triste dura estrutura
Um zunido, um ir e vir
vão fazendo da procura
a imensa tortura.
o homem perdeu tempo
cor e luz
a claridade feneceu
nas sombras
e ñ mais seduz...
Nem a promessa da Hora,
seu encantamento ou dúvida.
as horas já se passaram
e amanhã voltarão
findando na mesma amargura...

reflexões em frente ao espelho


sonhos acabam..tudo muito simples, pintado, entretanto, com nuances do fatídico... amores enfraquecem, ficam superlotados daquele fervor acalorado das tardes vermelhas, aí espocam ou murcham, qual bolhas de sabão, qual buquês de rosas sobre mesas...

o cabelo fica macio se lavado em água de chuva, se lava também a alma nos pingos vindo da nossa mentira azul. introspecção ás vezes é só uma questão de dar vida ao acaso!

sensações

o céu chora
densas gotas negras
sem brilho lunar
infinito cor de abóbora
em pingos brandos
frio,
chamas cambaleando
no negrume da sala
pensamento atinado
sintonia
com o invisível
me enlaço em letras
e ondas sonoras
em ritmo de chuva
adormeço.

fragmento...


você não vai me destruir
eu sou eu
e por aí
existirão mais dez iguais
e diferentes de ti
meu tapete é alado
alheio à teu mal-olhado
e de teus comentários
vários
foge meu nome
e meus dias.

De onde emana a energia que subitamente me invadiu num dia?

é preciso filtrar as energias, antes de recarregarmo-nos feito pilhas alcalinas mal usadas...
é difícil achar soluções enquanto tropeçamos nas mil fórmulas do mundo!
praticar o desapego e jogar coisas, pessoas e sentimentos
pela janela, ao vento, pro acaso...
Pois nenhum amigo é o melhor!
e somente alguns são realmente confiáveis;
à quem podemos não ser presentes e confiar nas boas energias
que só vêm de uma fonte pura e colorida...
quem é o estranho que me sorri na festa tecnicolor?
quem é o inimigo, quem é você?

ás vezes
eu fico entre filas
e fiascos
como se não existisse
luz
num fim qualquer.
ás vezes
todas as sensações
parecem muito adolescentes
e eu
velha em demasia
pra tanta emoção.
ás vezes
falo como se fosse inocente
e sem querer
na inocência de me contradizer
disparo frases cortantes
fazendo escorrer
meu próprio
mel.
Posso usar suas palavras? repetir gestos simples, como passar a mão no queixo..
me empresta esse teu rubror, ou esse ar sonso também irá me servir..
pode ser qualquer coisa
qualquer uma mesmo!
me explica como se faz, me deixa sem ação.
Isso mesmo!tô te fazendo um convite..
sem formalidades...
São sempre as mesmas reticências
os vícios de linguagem.
e teu silêncio pertuba mais que mil tambores no carnaval!

A desses dias..

Socorro, não estou sentindo nada!
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada!

[repete, repete, repete até abusar]

*Letra: Alice Ruiz.

Quaesivi et non Inveni

enxergar o mundo de outros olhos
visitar aquele ângulo diferente
coisas que não me surpreendem mais...
noite e dia, sempre a mesma agonia
rolando morro abaixo e lá embaixo, esporro!
as cores das fotografias, lindas!
nem iluminam tanto assim os dias
nem chamam atenção pra magia
imperceptível, insensível alegria....
os corpos exaustos, estranhos
tamanhos de dúvidas, questionamentos
filosofia e existência
tudo misturado no caldeirão pagão
na minha intuição escorre o vazio
a falta de algo q procurei e ñ encontrei....
SUMIR SUMIR SUMIR SUMIR
.
.
.
ás vezes preciso me esconder...
Pensando seriamente em acreditar, contar longas histórias, ñ apagar se escrever errado!deixar tudo do jeito que está, do jeito que não foi ou acabou sendo...Coloca a mão no queixo, aperta pra ver se fica o furinho, contar tuas cicatrizes e querer saber de tudo, ou melhor, só do que foi bom.
Te ouvir chorar baixinho e fingir estar dormindo, só pra te ver desabafar e abafar sentimentos, mágoas e dúvidas. Ensinar o q ñ presta e depois te dizer que foi tudo de brincadeirinha.
Querer te entender, tentar me explicar, te seduzir e deduzir que tudo isso é em vão... cair na lábia, nos teus lábios, me sufocar com saudades ou nadar no teu oceano das mentiras sinceras! Te bater, deixar a marca, morder até sair sangue!
Sou vampira, sou doida - joga a jaula - sou anjo...
EU ñ sintO



miNto?




eu NÃO!




A Confissão.

...e ainda dava pra ouvir a chuva deprê caindo pesado lá fora!..eu olhava os dias num calendário de coisas a fazer, ou ñ e pensava na força pra aguentar tudo aquilo...quando o céu fazia barulho, dáva pra sentir a terra tremer um pouquinho...
Tinha uns em frente a caixa brilhante na cozinha, eles sorriam!! Eu gostava mesmo de pensar aquilo, de me sentir meio de fora!..até do calendário!E uma música crescia no ambiente, vozes dubladas na minha intérprete mental... mais um filme começa no meu vídeo!
...entretando, a negra chuva fazia-se sentir, num vento frio nos meus pés descalços...