Venha, liberdade. Venha para minha rua e traga seus amplos horizontes.
Traga o afago dos dias difíceis e um alívio pra suas dores.
Se mude pra minha rua; seja minha vizinha.
Bata na minha porta, sem acanhamentos e adocique minha boca com um pudim gelado.
Seja minha amiga, minha mãe e minha irmã
Seja minha.
Me leve pra passear, pra ver nascer a lua cheia, e depois me conte sobre como a vida ao seu lado é tão efêmera, e também inconstante.
Você só aparece de vez em quando.A espera pela janela, um olhar perdido e confuso; meu jeito taciturno escorado no portão, olhando a vida acontecer. Eu devaneio no brilho de qual espada você virá enquanto uma brisa quente balança os panos no varal, mas tu não tens armas. Perco o tino na rotina.
Eu conto as folhas que caem antes de sua chegada; em qual redemoínho virás? Os ponteiros correm ligeiros a sua procura.
Traga flores. Traga praia e sol salgado.
Inebria-me com tua essência. Me desamarra e desarma.
E quando entrar na minha vida, por favor, tranque a porta.