O último cigarro da noite pergunta ao sono se ele quer mesmo chegar... A última cerveja gelada pergunta pra noite se ela vai mesmo passar sem deixar ilusões e epifanias.
Na janela a suave brisa sibila entre as pernas obscenas. A noite sempre te convida, te rouba e alegra; mesmo que seja qualquer vazio, qualquer sujo perdido sem-rumo.
O negrume frio do céu conforta qualquer paranóia e todas as carências.
luzes piscantes, nos semáforos, nos bares te questionam um motivo pra voltar pra casa enquanto a solidão alimenta os pensamentos sombrios e as gargalhadas de escárnio. 
Frenética, a noite dança no teu colo, no teu copo; sob seus pés as ruas passam, o caminho se confunde e te faz perder o tino, a hora e a deixa.